quarta-feira, 15 de outubro de 2008

MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL NO THEATRO MUNICIPAL


Em noite de Theatro nem sempre quem tem convite é rei



Em meio a atual conjuntura em que se encontra a FUNARTE, principal órgão responsável pela difusão da cultura no país, os dirigentes do Minc realizaram uma pomposa cerimônia de entrega de medalhas de Honra ao Mérito Cultural na ultima terça feira. O cenário era o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia. Os atores eram a elite brasileira, a elite artística e a não artística. Numa fálica atuação conjunta.


Paralelo ao happening dentro do teatro, do lado de fora, artistas, servidores da FUNARTE e alguns transeuntes se manifestavam sobre aquilo que lá dentro, certamente não estava em pauta. Discutir os caminhos da instituição – FUNARTE – que a dois dias do evento no Municipal foi motivo de matéria principal no segundo caderno (o globo) denunciando o presidente, até aquele momento Celso Frateschi, de usar a instituição em beneficio próprio.


A repercussão disso na grande imprensa não poderia ter sido diferente, apenas o glamour dos artistas que lá estavam virou noticia. Não se falava da crise no setor cultural, tampouco dos que insatisfeitos com a atuação do governo sobre as políticas públicas para a cultura, denunciavam sua insatisfação num te-ato bem em frente ao grande Municipal, na rua. O movimento Dulcynelândia para a re-abertura do teatro Dulcina, localizado também na Cinelândia, entregou para os vários artistas que por lá passaram, o projeto para a revitalização do teatro (fechado há oito anos) juntamente com o manifesto chamado SOS FUNARTE, feito em parceria com a ASSERT - associação dos servidores da FUNARTE.


Nesse meio tempo, um dos participantes do Movimento, Freddy Allan, ator, que recebera o convite da grande premiação em sua residência, ao se encaminhar para a porta de entrada do teatro foi categoricamente barrado. E pasmem o convite apesar de ter sido destinado ao próprio, foi tomado pelos seguranças que o impediram de entrar, empurrando-o, maldizendo-o, na frente de txingando-o, na frente de r, impurrando-o, teatro foi categoricamente barrado. E pasmem, o convite apesar de estar na modos os convidados que continuavam a entrar normalmente, numa total inércia, como se sem ver e nem ouvir nada. Mas a história pra ser boa, boa mesmo, tem que acabar em confusão e dessa vez não foi diferente. A policia pó-li-glo-ta (aquela que - supostamente- dialoga com as várias camadas sociais) entrou em cena e ai não é difícil imaginar o desfecho dessa ridícula situação a que foi submetido o representante dos artistas populares, dos artistas da atua-ação. O menino, ator, cidadão, gente, que tem pouco mais de metro e meio de altura, foi arrastado, literalmente, por dois policias que “generosamente” o puseram pra fora do teatro.


Era a própria materialização do que eu todo mundo e mais o seu Raimundo já desconfiávamos. O acesso à cultura não é para todos. Não mesmo! A cultura brasileira tem que ser celebrada sim. Mas aquilo lá mais parecia um ritual fúnebre. Por que não fazer uma festa na rua, mostrar a Dona Zabé da Loca tocando seu pífano pra todo mundo. Não, tem sempre que recalcar dentro de quatro paredes num teatrão, as donas com seus laquês e os donos com seus ternos pretos e gravatas coloridas. Mortos, todos mortos! Bom mesmo é o povo que faz da arte um estado de espírito. Por certo que a homenageada Eva Todor não estava confortável em seu (imagino eu) pesadíssimo casaco de pele de raposa ou sei lá que outro pobre animal. Apesar de sua incrível semelhança com minha avó, que Deus a tenha, não acredito que essa respeitável senhora de teatro se satisfaça com esse tipo de premiação. Vai saber né?


Não há duvidas de que os artistas brasileiros merecem homenagens, merecem e muita. Esse negócio de cultura brasileira é uma loucura, só de falar da vontade de chorar. É tanta coisa boa, tanta coisa bonita, a coisa vem das entranhas mesmo. Não seria justo transformar toda essa fonte jorrando musica, teatro, cinema, poesia, palhaços, espetáculo de poucos. A cultura vem do povo coloca-la dentro de um quadrado, emoldura-la e coloca-la na parede não creio que seja a melhor forma de preservá-la e saúda-la. Ah! E não para não esquecer, policia é para quem precisa de policia, sendo assim deixem as crianças e os palhaços fora disso, por favor! E viva a cultura nacional!


Nina Lopez


S.O.S. FUNARTE




Política, interesse e amor.



O amor é filho do tempo.

O tempo intervém na trama.

E ela acaba ou se renova

.

Estou aprendendo o que é fazer política pra perder o preconceito com política. Porque se política é uma merda, aí é que precisamos fazer política pra deixar de ser merda.


Se eles fazem política, a política é pra eles. Se a gente faz, é pra gente. E se todos fazem, é para todos. Na política da ágora grega, interferimos porque é do nosso interesse. Façamos política com amor, acompanhemos as políticas públicas para o nosso setor. Procuremos conhecer e acompanhar as políticas públicas para a cultura, já que é cultura que fazemos.

Com amor.

Cuidando.


O Ministro da Cultura, Juca Ferreira, está fazendo encontros por todo território nacional para discutir com os produtores e agentes de cultura do país as próximas ações do Ministério. A série de encontros denominada Diálogos Culturais, com artistas e produtores culturais do país, tem como objetivo discutir as questões do Ministério com quem está na prática produzindo cultura no Brasil. O primeiro encontro da série aconteceu na quinta-feira passada no Palácio Gustavo Capanema, onde se encontra a FUNARTE e outros setores de cultura do governo federal, no Rio de Janeiro. Estive no encontro por conta dos últimos acontecimentos na FUNARTE e pela luta que travamos pelo Teatro Dulcina. Meu objetivo era entender como fica a re-estruturação da FUNARTE depois da presidência destruidora de Celso Frateschi e entregar ao seu presidente interino, Zulu Araújo, o projeto do Movimento Dulcynelândia.


Achei o encontro interessante, mostrando boas possibilidades de diálogo com o novo Ministério. O Juca realmente falou tudo que queríamos ouvir sobre a Lei Rouanet. Ele tem opiniões muito interessantes acerca da lei e seus problemas, que eu nunca tinha ouvido nenhum dirigente de cultura dizer. Por exemplo: “se vamos dar cem por cento de isenção para tal projeto, é melhor já dar o dinheiro direto, já que o dinheiro que viria da empresa seria dinheiro público, de imposto.” (www.cultura.gov.br/reformadaleirouanet). Parece que as coisas vão melhorar. Mas só se falou disso. Todos os produtores e artistas ali presentes estavam preocupados com a Lei Rouanet, em como vai ser agora, como serão seus projetos.


Gente, a Lei Rouanet é só um dos meios do estado financiar cultura, e que ainda dá créditos a empresas privadas através de um dinheiro que é público.


A Fundação Nacional de Arte – FUNARTE é o principal meio que o governo federal tem de financiar a cultura de uma forma democrática e justa. Não podemos deixar de discuti-la, pois como o próprio Ministro disse: a principal forma que o governo tem de fomentar grupos e artistas pelo Brasil todo é através de programas e editais, e não através de lei de incentivo, que dependem de interesse do marketing de empresas privadas.


Não resta dúvidas que a FUNARTE - como o principal órgão de políticas públicas para cultura - e sua renovação, precisa ser pauta principal de uma conversa como essa que aconteceu quinta feira passada com o Ministro. Juca falou que, mais ou menos em vinte dias, terá o nome do novo presidente. Acho que, em vez de simplesmente anunciar quem será presidente depois de decidido, devia acontecer uma discussão com possíveis nomes em aberto, com os artistas e os servidores, que são os mais interessados nessa presidência e diretoria. Pois o diálogo dessas duas partes com a Presidência tem que ser o mais aberto e saudável possível. Para não acontecer uma gestão centralizadora como a de Celso e para podermos juntos re-estruturar a FUNARTE, depois desse período negro pelo qual ela passou.


Os bons ventos do diálogo e da tranqüilidade merecem comemoração mas creio que agora, num momento de renovação, é a hora certa para estabelecermos de vez a comunicação entre artistas, servidores e presidência para que possamos fazer juntos a renovação da estrutura e das relações dessa instituição tão importante para a cultura do país. Com amor e respeito a todos os interessados.


O interesse é o primeiro passo da ação.


É de extrema importância a mobilização dos artistas de todos os setores em conhecer isso tudo. Para entender como se dão os processos na esfera pública, das verbas, das leis, de políticas na área de cultura.


Cuidar e participar.

Se fazer presente e se fazer escutar.


Para que depois não chorem nos seus umbigos trancados em suas salas, dizendo que a cultura no país não tem mais jeito.


Acordem!


Mais do que para o público, a FUNARTE é uma instituição feita para os artistas, para atender as especificidades de cada setor, para que os artistas sejam ouvidos em suas necessidades.


A FUNARTE tem que se tornar interesse de todos que fazem arte e promovem cultura no país.


Participemos e cuidemos do que é nosso por interesse.


Não sejamos burros.

Não nos tranquemos em nossos projetos-umbigos-particulares, pois o que é nosso, público, é de todo mundo.


Do que é público cuida quem se acha dono.


Axé de motivação e movimentação.

Merda!


Vivo e inquieto,

Acauã Sol


SACIS


SACIS – O Cupido Brasileiro


Recebemos mais que um convite de agregação para manifestação.

Recebemos também mais que uma responsabilidade.

De verdade em verdade, chegamos (!), nós, os sacys, os cupidos brasileiros, que nos apaixonamos e demos a cara pra nego bater, mas com pés de remolino, nossa ocupação, flexa-serpentina que lançamos pegou algum coração.

E quando fomos contatados e sacyzados, entendemos que temos que cuidar. Cuidar do que é nosso porque senão ethernamente vamos chorar nos quartos, casas ou na cervejinha.

Senti meu corpo pequeno a paixão enorme de uma sensibilidade para a vida que se chama Teat(r)o.

Constatação.

Todas as paixões são aprisionadas. Todas. As paixões, os amores de um coletivo ou indivíduo para um avanço. Uma melhora. Amor a dois. De grupos.


Não estamos quebrando nada.

Ao contrário.

Além do direito da manifestação artística, tínhamos o direito de entrar. Eu tinha. Na matéria do CQC o jornalista diz que o segurança informou que era porque eu não estava usando gravata e terno!

Não é verdade.

Eu fazia parte daqueles sacis que estavam lá embaixo da escadaria do outro lado da grade.

Fazia parte da paixão, do fogo.

E por fazer parte da paixão

O palhaço

É carregado para a calçada

É símbolo de tudo o que é engolido.

Despolitizado, Anti-amor

Ao país, a arte, a educação

E tudo isso necessitando renovação gerando paixão

É colocado para fora

Fora , sempre.

Burrice e Ignorância cultural.


AMOR!


Nós estávamos lá. Antes desse fato, antes de ser arrastado.

Esses sacys receberam os artistas renomadosz, que seriam homenageados ou que acompanhariam as homenagens. Foram recebidos como celebridades por nós. Porém eles ouviam nossas informações de paixões, que pediam que eles roubassem o fogo para eles, e que as estrelas que são iluminassem o abandono e o descaso.

Letícia Spiller foi interpelada e conscientizada do estado da FUNARTE, do Dulcina fechado, da nossa proposta; ouviu dos cremadores que a estrela que ela é de TV, tem que virar a baca-puta do santeiro do mangue das massas, ser a fúria que revira. Assim ela foi aplaudida e intimada, com todo amor e serpentina.

Assim foram recebidos Fernanda Montenegro, Sérgio Mambertti, Gil, Mautner...

O Mautner ainda ficou sabendo que queremos quase uma anti-universidade... O Gil chegou, ouviu que tínhamos uma proposta pro Dulcina fechado e respondeu : - Eu sei.

E ao chegarem iam sabendo do que acontecia. Fora que também intimávamos para que eles também acompanhassem o que está acontecendo na FUNARTE para que ela se renove tanto na participação dos artistas, quanto na diretoria e sua forma de administração junto aos servidores da FUNARTE, a relação com o MINC, a lei Rouanet.

Fizemos sim barulho.

Barulho de quem tem fome; Mas não está reclamando.

Barulho de quem quer atenção; Porque está fazendo algo.

Barulho de quem tem uma proposta nova, uma; Porque ninguém disse nada até agora.

Barulho de quem está vivo e apaixonado

Por esse sonho que fazemos real-sonho.


Qual o medo.


E quando fui entrar no Teatro Municipal como todos os que estavam na fila, toda a falta de interesse, toda a ignorância me arrastou para fora, para a calçada através da atuação dos policiais com seu sub-texto dado – a ignorância com o que ocorre na cultura hoje para estarmos reivindicando ao invés de estarmos ensaiando, quanto para o interesse pessoal de um pau mandado que tem a coragem de dar cotoveladas às escondidas e chamar de merda minha pessoa - mal sabe que ele me chama de início do espetáculo, me chama de teatro, de MERDA! -, as caras falsas e cínicas e que só deflagravam os péssimos atores que são -


Qual era o medo de me deixar entrar no Municipal?

Eu tinha convite.

Estranho, não?!

Uma grande mentira.

Era o Te-ATO nosso e o Teatro deles. Uma mentira tão belamente escrita pela poesia de Ayná, que, talvez sem querer, revelou um crescimento pessoal, artístico e intelectual dela e porque não, nosso. Não deixando vazia nossa ação, como deixou todos os meios de comunicação que deveriam falar mais do estado da FUNARTE, como para o que aconteceu no Municipal, até para o nosso movimento e outras ações vivas do Rio de Janeiro.

Meu sangue ferveu, o nervo exposto – como já me chamaram no Sertões -, e o silêncio do Horácio-Fabiano xamã-ogã que me cuidou e segurou a escrotidão ampliando a nossa ação e revelando o que acontecia lá em cima. Tudo no silencio dele. E que era a verdade do que acontecia lá dentro. Uma comemoração de mortos, mortos-vivos. Pois lá ninguem tinha um projeto, algo de renovação como homenagem. Não. Apenas lembranças. Todos sabendo muito bem falar do passado e da importância, deixando de lado a própria força da pessoa para elevar o feito e não a vis a tergo.

O que se comemora?

E para que?


Tenho uma proposta – inocente talvez? - para a moral das homenagens.

Que para cada coisa homenageada seja feita algo de revitalização, de criação de uma outra coisa, investimento para nascer ou avançar a própria criação do homenageado, continuando a evolução que fez aquele como ícone. Que cada lembrança venha com uma ação de criação viva.

Porque o que vale do cultivo (?) de tal coisa se ela não vem carregada de um sentimento próprio. Parecendo ser sempre a coisa como ela é, e não como ela continua.


Confesso

Ter vergonha - e sou sem-vergonha -

Dos seguranças do Teatro Municipal, do tenente, do Major e alguns policiais que escondiam seus nomes - não sei se todos sabem o que isso significa-.

Que confessam estarem do seu lado olhando no seu olho, mas te carregando e te humilhando.

Tenho vergonha de que eles não saibam como e de quem cuidar – pra que polícia!? -.

Também do produtor do Municipal quem fez a politicagem para que a polícia me carregasse.

O teatro Municipal é do povo.

E eu tinha um convite.

Sou artista, e mereço, merecemos respeito, como artistas e cidadãos. Pois não é isso que vocês querem? Essa consciência dos direitos? Pois nós temos. E vocês parecem se esquecer delas. É elas são uma teia mesmo. Para nós ela é apenas mais uma máscara para nosso jogo de teatro. É tudo teatro. Ainda é um mal teatro.


É também de extrema importância a mobilização e conscientização por parte dos artistas dos problemas da cultura, das leis, das dinâmicas de verbas, porque senão sempre teremos policiais e produtores, ignorantes e burros em relação à sua função, porém vampiros do que é nosso Não por esse direito romano, ou civil o que for, mas do desejo, d paixão, do encontro.

Tenho vergonha - e sou sem-vergonha

Por não seguirem um coração múltiplo, o seu, quente de liberdade, e sim seguirem o coração gelado de um morto no poder.

Pois se as pessoas não dão valor ao trabalho que estamos fazendo na porta do Teatro Dulcina, e na montagem de A MORTA, para poder, além de desenvolver e refinar nossa linguagem como grupo afim de descobrir uma força cultural do encontro desses jovens, que represente o Brasil e possa criar e trabalhar na poesia de exportação ( em sentido amplo) – pois amamos esse país massacrador, desigual, lindo, envolvente, quente e frio, plano e de chapadões, píncaros, desertos, terras férteis, brasiltupy- branco, negro, e nada disso - temos como ícones os artistas que lutaram pela melhora e pela democracia, assim resolvemos fazer, continuar ao invés de ter que contar que o ex-ministro Gil que vá parar para conversar com os que roubaram o fogo da árvore da vida.- se ninguém chama isso de arte, é porque ainda não tiveram coragem de se entregarem para a alegria do encontro, a alegria de descobrir e aprender; essa outra coisa que estamos inventando, ou descobrindo, brincando. Brincando para viver, e comer.


Seriedade não é sisudez.

Tristeza, saudade do que foi e não terá no depois, do que ainda não veio.

E daí? Que tenho com essa fé?

Sofrer sim, mas sofrer bem, já me disse isso uma vez, uma certa cabra.


Saci

Amando

Chorando

Com saudade

Chamando

Sendo chamado nunca pondo ponto final


...

FREDY

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

POESIA


De sempre

Estado instituído de sempre
pelas penas porosas de sempre

tudo o que vier depois adicione o de sempre

os poderosos
os cães de guarda

e as raposas mortas
nas costas de ratazanas dúbias

Quanta maquiagem pra tão pouca cara
madeira de lei dilui em formão sem tinta
sem calos plásticos térmicos
sem fibra ou fala de finja

dos dizeres de sempre
cai a baba de oito bocas
pilhas de massa batida
cordões contenedores
do sempre de sempre

olhos de prazer
frases germinais
elas aumentam
elas segregam

elas enfrentam as calhas dos rios de poder igual
que caiam as caras brancas de susto de cal

por exigir o de sempre calaram as quinas das vigas do rito
perderam a migalha da meada dos quilos de entre águas


somos fortes
somos sérios
somos arte
com as armas de sempre
a meia volta de sempre

Heyk Pimenta

SOBRE O QUE VI E VIVI COM IRMÃOS


Ontem dia 7 de outubro de 2008, presenciei junto de vários irmãos o que tinha parecido pra mim derrota de um manifesto na porta do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia.

Nós do movimento Dulcynelândia nos reunimos para manifestar, junto com servidores da FUNARTE, junto com outros artistas corajosos, a ressurreição da FUNARTE, que no dia anterior já tinha se despedido de seu período negro Fraquéssimo, e também pela reabertura do Teatro Dulcina de Moraes. A nossa ágora, onde já esta mais do que claro os motivos da reabertura de um espaço cultural.

Antes que eu pudesse chegar em casa e refletir sobre tudo o que foi todo o estardalhaço, não me contive abri a boca e falei MERDA.

O que aconteceu lá ainda não sei exatamente. Mas não pareceu com nenhum movimento estudantil, nenhuma manifestação punk, nada do que até então eu tinha presenciado. Estava afastada de movimentos, carnaval ou outra ação aliada, por dois motivos: encontros indesejáveis com a policia, que por mais que para alguns pareçam só elementos do Estado, para mim são todos pessoas. E vestem fardas por que querem, assim como eu agarro a camisa da minha poesia do meu teatro por que quero.

De uns dez anos pra cá vivemos mesmo numa merda neo-liberal. Que faz que pessoas sem opção de trampo há vinte anos atrás, hoje em dia possam optar por uma profissão menos cafajeste.

O segundo motivo são as pessoas que de repente param de acreditar na proposta vão embora e fica você, sua paixão e fé.

Ontem eu me senti derrotada de besta que sou né. Ontem, de tudo que já vi nessas manifestações, tudo que ouvi, eu ainda não tinha visto um baixinho fazer tanto barulho, causar uma inquietação até nos que se manifestavam por outras causas lhe escutarem e pedirem com fervor a entrada do Artista no Theatro Municipal.
O artista tinha convite e foi sabotado por seguranças e policias milicianos. Milicianos por que vivem sempre a favor de um sistema paralelo, um sistema que rolava dentro do teatro. E não a favor do óbvio, o cidadão com um convite para entrar impedido violentamente pelos seguranças.

Numa hora de angústia minha cheguei a gritar que tirassem o artista de lá de dentro, quando um dos irmãos de movimento gritou que nosso herói, com convite, estava sendo empurrado lá na porta do teatro. Tudo, o que eu já vi e vivi em outros movimentos, veio na minha cabeça na hora e eu fiquei com um medo por ele muito grande. E gritei como se a causa da luta acabasse ali, se encostassem em um fio do cabelo do artista.
Por que há um tempo pra mim não valia mais à pena ninguém sair machucado nem fisicamente nem ideologicamente. Senti um puta medo que já tinha jurado nunca mais querer sentir.

Senti vergonha também, vergonha de todas aquelas pessoas que se dizem artistas entrando no Theatro Municipal, vendo o espetáculo kô kô que todos os seguranças e policias deram.

Kô Kô mesmo, depois de pensar muito sobre tudo que vi ali, enxerguei que só existia uma verdade, e éramos todos nós que estávamos do lado de fora do teatro. Tudo ali dentro era puta espetáculo de finados e de mal gosto.

É a policia poliglota mesmo que vai te lubridiar dizer que tá contigo, fardada.
É o artista mesmo que vai sorrir pra você dizer na frente das câmeras que tá contigo.
É o companheiro de algum movimento sem terra que foi convidado e vai fazer um sinal de positivo pra você, e bença.
É a deputada que diz que estamos junto e quinta-feira às... depois eu peço para alguém entrar em contato com o movimento de vocês.

Chupem todos vocês pela péssima atuação! Aqui do lado de fora na calçada ninguém perdeu nada, pois tenho consciência agora de que foi tudo teatro, e como disse um dos irmãos somos de teatro não de câmeras!

Eu desisti ontem de acreditar numa mentira depois de olhar bem dentro de todos aqueles olhos.

Nós somos almas e temos muita verdade!
Entidades que mesmo que tentem sugar não vão tirar, é só uma inveja de um dia que vai brilhar sem eles por perto.

Caretas de London com casacos de bichinhos mortos estamos aí mais uma vez!


Para as moças bonitas da poesia, Nana, Raíssa, Mia. Para todos os servidores corajosos da Funarte, para todos os irmãos palhaços.

Beijos de uma boca livre.
Ayná Cadetti

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Orquestra Voadora e Movimento Dulcynelandia no Cine Odeon







Domingo o Movimento Dulcynelandia depois se enterrar nas lápides na saída da rua alcindo guanabara pra cinelandia encontrou a orquestra voadora no Odeon.
O cortejo de sacis cremadores ganhou propoções dulcynelandicas quando a produção do Festival de Cinema do Rio de Janeiro começou a se aproximar, todos na rua a começar a querer dançar
quando surgiu uma senhora que dançava e rebolava muito e que conheceu a Dulcina
o Marcos moleque da rua que dançou com suas pernas mágicas o cortejo inteiro do Odeon ao Dulcina e do Dulcina ao Odeon
presenteando a vinda de horácio na morte da outra
festa, entevista, consientização política, suor, cinelandia
alegria




e

Terça feira no municipal do rio de janeiro cinelandia
o Movimento Dulcynelandia estará no ato SOS FUNARTE
que mesmo depois da renúncia do Celso frateschi
depois da matéria do globo no sábado

é ato

para que os artistas mostrem a cara, se encontrem, e exigam acompanhando e contribuindo na melhoria da FUNARTE, e na vinda da próxima equipe.
pois como serão feitas as avaliações desse príximo edital?
quem são as pessoas que avaliarão os projetos?
quem são as pessoas indicadas pela diretoria do celso frateschi?
só queremos saber.
o desejo de nascer no teatro como Dulcina é o que pedimos para o teatro Dulcina.


orquestra voadora

Chega junto

dulcynelandia@gmail.com

Imagens de dentro do Teatro Regina-Dulcina


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