quarta-feira, 15 de outubro de 2008

S.O.S. FUNARTE




Política, interesse e amor.



O amor é filho do tempo.

O tempo intervém na trama.

E ela acaba ou se renova

.

Estou aprendendo o que é fazer política pra perder o preconceito com política. Porque se política é uma merda, aí é que precisamos fazer política pra deixar de ser merda.


Se eles fazem política, a política é pra eles. Se a gente faz, é pra gente. E se todos fazem, é para todos. Na política da ágora grega, interferimos porque é do nosso interesse. Façamos política com amor, acompanhemos as políticas públicas para o nosso setor. Procuremos conhecer e acompanhar as políticas públicas para a cultura, já que é cultura que fazemos.

Com amor.

Cuidando.


O Ministro da Cultura, Juca Ferreira, está fazendo encontros por todo território nacional para discutir com os produtores e agentes de cultura do país as próximas ações do Ministério. A série de encontros denominada Diálogos Culturais, com artistas e produtores culturais do país, tem como objetivo discutir as questões do Ministério com quem está na prática produzindo cultura no Brasil. O primeiro encontro da série aconteceu na quinta-feira passada no Palácio Gustavo Capanema, onde se encontra a FUNARTE e outros setores de cultura do governo federal, no Rio de Janeiro. Estive no encontro por conta dos últimos acontecimentos na FUNARTE e pela luta que travamos pelo Teatro Dulcina. Meu objetivo era entender como fica a re-estruturação da FUNARTE depois da presidência destruidora de Celso Frateschi e entregar ao seu presidente interino, Zulu Araújo, o projeto do Movimento Dulcynelândia.


Achei o encontro interessante, mostrando boas possibilidades de diálogo com o novo Ministério. O Juca realmente falou tudo que queríamos ouvir sobre a Lei Rouanet. Ele tem opiniões muito interessantes acerca da lei e seus problemas, que eu nunca tinha ouvido nenhum dirigente de cultura dizer. Por exemplo: “se vamos dar cem por cento de isenção para tal projeto, é melhor já dar o dinheiro direto, já que o dinheiro que viria da empresa seria dinheiro público, de imposto.” (www.cultura.gov.br/reformadaleirouanet). Parece que as coisas vão melhorar. Mas só se falou disso. Todos os produtores e artistas ali presentes estavam preocupados com a Lei Rouanet, em como vai ser agora, como serão seus projetos.


Gente, a Lei Rouanet é só um dos meios do estado financiar cultura, e que ainda dá créditos a empresas privadas através de um dinheiro que é público.


A Fundação Nacional de Arte – FUNARTE é o principal meio que o governo federal tem de financiar a cultura de uma forma democrática e justa. Não podemos deixar de discuti-la, pois como o próprio Ministro disse: a principal forma que o governo tem de fomentar grupos e artistas pelo Brasil todo é através de programas e editais, e não através de lei de incentivo, que dependem de interesse do marketing de empresas privadas.


Não resta dúvidas que a FUNARTE - como o principal órgão de políticas públicas para cultura - e sua renovação, precisa ser pauta principal de uma conversa como essa que aconteceu quinta feira passada com o Ministro. Juca falou que, mais ou menos em vinte dias, terá o nome do novo presidente. Acho que, em vez de simplesmente anunciar quem será presidente depois de decidido, devia acontecer uma discussão com possíveis nomes em aberto, com os artistas e os servidores, que são os mais interessados nessa presidência e diretoria. Pois o diálogo dessas duas partes com a Presidência tem que ser o mais aberto e saudável possível. Para não acontecer uma gestão centralizadora como a de Celso e para podermos juntos re-estruturar a FUNARTE, depois desse período negro pelo qual ela passou.


Os bons ventos do diálogo e da tranqüilidade merecem comemoração mas creio que agora, num momento de renovação, é a hora certa para estabelecermos de vez a comunicação entre artistas, servidores e presidência para que possamos fazer juntos a renovação da estrutura e das relações dessa instituição tão importante para a cultura do país. Com amor e respeito a todos os interessados.


O interesse é o primeiro passo da ação.


É de extrema importância a mobilização dos artistas de todos os setores em conhecer isso tudo. Para entender como se dão os processos na esfera pública, das verbas, das leis, de políticas na área de cultura.


Cuidar e participar.

Se fazer presente e se fazer escutar.


Para que depois não chorem nos seus umbigos trancados em suas salas, dizendo que a cultura no país não tem mais jeito.


Acordem!


Mais do que para o público, a FUNARTE é uma instituição feita para os artistas, para atender as especificidades de cada setor, para que os artistas sejam ouvidos em suas necessidades.


A FUNARTE tem que se tornar interesse de todos que fazem arte e promovem cultura no país.


Participemos e cuidemos do que é nosso por interesse.


Não sejamos burros.

Não nos tranquemos em nossos projetos-umbigos-particulares, pois o que é nosso, público, é de todo mundo.


Do que é público cuida quem se acha dono.


Axé de motivação e movimentação.

Merda!


Vivo e inquieto,

Acauã Sol


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